Colossenses 1.13-29
A cidade de Colossos estava situada na rota comercial do oriente, a cidade recebia não só os produtos orientais, mas suas religiões também.
Os colossenses eram emotivos e místicos, ficaram encantados com a possibilidade de alcançarem a plenitude de Deus conforme a filosofia dos mestres que vinham não só do Oriente como também de Jesuralém.
Assim houve uma grande mistura, um sincretismo religioso que moldava o pensamento e a espiritualidade do povo de Colossos (Isso não é muito diferente do que observamos no evangelicalismo atual). Paulo que possivelmente nunca fora a Colossos, mas ciente da situação em que se encontrava escreva esta carta Aos Colossenses. Ele escreve não fazendo uma densa argumentação, ele se utiliza muito do que já havia dita para os gálatas e para os efésios. Não há uma argumentação prolongada, mas sim uma apresentação possitiva da pessoa de Cristo.
Paulo salientou que eram secundários, em relação à preeminência de Cristo, todas as filosofias, todos os poderes espirituais, todas as observâncias e as restrições cerimoniais.
Essa passagem de Colossenses expõe a cristologia de Paulo. Ele mostra que Cristo é preeminente, imprescindível na criação, na redenção, na igreja e na vida pessoal.
E é disso que vamos tratar nas próximas postagens.
Hoje falaremos da preeminência de Cristo na Criação!
1) Cristo é preeminente na Criação
1. v. 15
• “Ele é a imagem do Deus invisível”. Imagem e não imitação. Tudo que Deus é, o é igualmente Jesus. Jesus Cristo é a exegese de Deus. Ele é verdadeiramente Deus. Em Cristo, o Deus invisível, tornou-se visível e palpável (Jo 1:1,14; 1 Jo 1:1-4).
Quem quiser saber quem é Deus, olhe para Jesus:
a) João 1:18 – Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito que está no seio do Pai, é quem o revelou.
b) Hebreus 1:3 – Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser.
c) Colossenses 1:15 – Ele é a imagem do Deus invisível.
d) Colossenses 2:9 – Porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade.
e) João 14:9 – Quem me vê a mim vê o Pai.
f) João 10:30 – Eu e o Pai somos um.
g) Colossenses 1:13 – Jesus é o Amado Filho de Deus.
2. Jesus Cristo tem a mais alta honra na criação – v. 15b
• A expressão primogênito da criação (protokokos) aqui não tem a idéia temporal, do tempo de nascimento, mas é antes um título de honra. Esse texto não significa que Jesus é o primeiro ser criado, visto que Ele sendo Deus é o criador de todas as coisas, e existe antes de todas as coisas, mas, antes, uma referência a ele como cabeça de toda a criação. Cristo recebe a mais alta honra na criação:
1) Jesus é o herdeiro de tudo que foi criado (Sl 89:27; Hb 1:1-2);
2) Jesus tem o direito de possuir e exercer absoluta autoridade sobe a criação;
3) Jesus recebeu o privilégio de ser eleito para ocupar a mais alta posição de honra no universo (Lc 3:22; Ap 1:5; Rm 8:29).
3. Jesus Cristo é a fonte da criação – v. 16
• Jesus é a fonte originadora de tudo o que existe no céu e na terra: “Pois, nele, foram criadas TODAS as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades”
.
• Os anjos não têm nenhum poder à parte de Cristo. De fato separados dele nem poderiam existir. Os anjos nada podem acrescentar à plenitude dos recursos que os crentes possuem em Cristo nem os anjos maus podem separar os crentes do amor de Deus (Rm 8:35-39).
• O culto aos anjos, portanto, é uma usurpação da glória e preeminência devidas a Cristo (Cl 2:18-19).
4. Jesus Cristo é o agente da criação – v. 16
• “Tudo foi criado por meio dele”. Ele é o agente do poder criador de Deus. Ele é o verbo criador (Gn 1:3; Jo 1:1-3).
• As galáxias, os mundos estelares, os anjos, os homens, e todo o universo foi criador por meio dele. Ele trouxe tudo à existência.
5. Jesus Cristo é o alvo da criação – v. 16
• “Tudo foi criador por meio dele e PARA ELE”. Todo o universo tem uma única finalidade: render a Jesus todo o louvor e a glória. Diante dele todo o joelho deve se dobrar no céu, na terra e debaixo da terra e confessar que Jesus é Senhor para a glória de Deus Pai.
• O universo inteiro deve celebrar a glória de Jesus (Sl 19:1-6; Ap 5:13).
• Todas as criaturas devem dar glória a Jesus e servir aos seus propósitos (Rm 11:36; 1 Co 10:31).
6. Jesus Cristo é independente e maior que toda a criação – v. 17
• “Ele é antes de todas as coisas”. Jamais houve um tempo em que Cristo não existiu. Ele é pré-existente. Ele é o alfa e o ômega. Ele é eterno. Ele é auto-existente e auto-suficiente. Ele não é dependente da criação. Ele não deriva sua glória da criação nem dela depende. Ele é transcendente sem deixar de ser imanente.
• Ele não foi criado no tempo. Ele é o Pai da eternidade (Jo 8:58). Jesus Cristo é imutável (Hb 13:8).
7. Jesus Cristo é o sustentador da criação – v. 17
• “Nele tudo subsiste”. Jesus é o centro de coerência e coesão do universo. É Jesus quem interliga e dá simetria a todas as leis da física, da química, da biologia, da astronomia. Nele vivemos, nos movemos e existimos. É ele quem nos dá a respiração e tudo mais (Atos 17).
• O mundo tem leis e essas leis científicas são estabelecidas por ele e são leis divinas. As leis da natureza não têm uma existência independente de Cristo. São a expressão da sua vontade. Em resposta às orações ele pode intervir nas próprias leis da natureza.
• Cristo é o centro de coesão de todo o universo físico e espiritual (Ef 1:10). Ele criou todas as cousas adaptadas ao seu meio, ao seu habitat e para a sua glória.
1. Todas as coisas existem em Cristo, por Cristo e para Cristo. Jesus Cristo é a esfera, o agente e o alvo para quem todas as cousas foram feitas.
2. Paulo usa três preposições para descrever a preeminência da Cristo na criação: nele, por meio dele e para ele (v. 16). Os filósofos gregos tinham ensinado que todas as cousas necessitam de uma causa primária, de uma causa instrumental e de uma causa final. A causa primária é o plano; a causa instrumental é o poder e a causa final é o propósito. Quando olhamos para a criação podemos ver que Jesus é a causa primária (ele planejou a criação). Ele é a causa instrumental (ele produziu-a). Ele é a causa final (ele fez tudo para o seu próprio prazer e glória). A criação portanto, existe para dar glória a Cristo.
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